História.
Dor. Guerra. Vida e Vitória. “Mãe, oh mãe, mãezinha, nesse momento volto a ser
criança e grito pelo seu nome ... Mãe ... Mãe ... Minha mãe” – chora o
combatente ao ser estilhaçado por uma granada, em história narrada durante a
exibição da encenação da Batalha
de Fornovo di Taro. Sim, nos emociona por simples palavras, nos faz chorar o
retrato falado, nos faz história agora. Nada melhor do que inspiradora para bem
classificar nossa visita ao BIL (Sexto Batalhão de Infantaria Leve) situado na
cidade de Caçapava – Vale do Paraíba – SP completamente envolta por laços de
sentimentos, experiências, riquezas, detalhes e uma história contada de uma
forma deliciosa e envolvente, que nos rendeu não só grande informação sobre o
escarmento de guerra mas também grandes lembranças.
O
primeiro contato já foi logo pelo túnel do tempo: assistimos aos soldados das
mais altas patentes, com muita música, invadindo nossas almas enquanto passavam
por nós, em carros guerrilheiros, alguns dos mais antigos pracinhas - aqueles
que desbravaram campos de guerra e carregaram, no sangue vermelho, a vitória de
uma nação, que cobrou de todo um mundo uma mesma coloração. As exibições se
fizeram vivas ao adentrarmos a sede do batalhão e termos acesso a uma coleção
de amostras de inventos, tecnologias primordiais, telégrafo, armamento, uma
fileira de carros e tanques e registros de imagem colocados sobre vários
balcões organizados pelos responsáveis.
Os
soldados de mais variadas patentes, com sua recepção, nos levaram ao cenário
guerrilheiro, em segundos, quando puseram a tocar inúmeras músicas referentes à
2ª Guerra Mundial, envolvendo o enredo brasileiro com autores como Ataufo Alves
e Malagueta, sendo este o criador da música “Cobra não fuma”.
Enfileirados logo à frente ao palco de exibição, estavam os bravos pracinhas
que, sem ao menos mencionar uma palavra , transpareceram em olhares e pequenos
gestos toda uma história cravada no peito e no coração, relatado em cicatrizes
e regadas pelas lágrimas que fizeram florescer a vitória brasileira sobre o
gramado do dia final.
Partindo para a última atração, fomos colocados em plena
representação da última guerra da qual a FEB (Força Expedicionária Brasileira)
participou no território da Itália, no dia 2 de maio de 1945 (ano em que a 2ª
Guerra Mundial finalizou) e culminou na rendição do front italiano. As
explosões, as posições, os armamentos, os gritos, as destruições em nossa volta
e o último agudo vitorioso se tornaram a verdadeira história retratada ali, a
nossa frente, após 75 anos. Como um grande elemento de emoção, ocorreu então a
leitura da carta (que gerou o fragmento inicial deste texto) de um ex combatente
que deixou sua vida em batalha, ponto final que nos fez então entender ao menos
uma pequenina parte do turbilhão de sensações e emoções que corriam pelos
corpos de nossos heróis.
A experiência por si só já foi de imenso aprendizado e
aproveitamento, por meio do contato com tanta informação e profissionais. Temos
agora, o intuito de trazer diversas ideias, projetos, novidades e história em
vida para que, assim, cada vez mais o Simpósio da Escola Saad engrandeça,
afinal, o deste ano promete muito aprendizado e coisa boa. AGUARDEM, pois vêm
armas de grande porte por aí, armas que irão te trazer cultura pura!
Maria Eduarda Guimarães da Costa.
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