quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Histórias Passadas, Problemas Presentes

     O Segundo Simpósio Saad começou com a palestra "Histórias Passadas, Problemas Presentes". Subiram ao palco os professores doutores Paulo Arantes, da USP, e Fabiano Ferandes, da UFRJ e UNIFESP. Como mediador, o professor Gustavo Miragaia iniciou a discussão com a pergunta, dirigida ao professor Fabiano, sobre onde se iniciou a intolerância, marca do nazismo. O professsor doutor começou sua explicação com a legitimação da guerra. Voltando ao Império Romano, quando o cristianismo se tornou a religião oficial, o conjunto de leis estabelecido se voltou à perseguição daquilo que era considerado heresia. Ao longo do século IV assistiu-se `a destruição de templos e imagens e A agressão as religiões ditas pagãs. Estabeleceram-se doutrinas para a justificação da guerra. A guerra é considerada permitida quando é feita para reparar um mal, para a expansão de uma ideia hegemônica. Essa legitimação da guerra se torna fundamental para o entendimento do que ocorreu na Segunda Guerra Mundial.
     O professor Gustavo Miragaia dá continuidade perguntando ao professor Arantes qual a especificidade do nazismo como forma de intolerância. O doutor diz nunca ter analisado o nazismo sobre esse ângulo, explicando que a tolerância como um valor universalmente buscado só surge com o Iluminismo, mas, ainda assim, não é o conceito que conhecemos hoje que se estabeleceu entre esses pensadores. O antissemitismo, visto muitas vezes como característica exclusiva de Hitler, na verdade estava presente em toda a Europa. A questão de intolerância nazista não foi o ponto principal da guerra, que foi em grande parte devido à questões geo-política, portanto, é difícil analisar o governo do terceiro Reich unicamente sob este ponto de vista.
     O professor Fernandes continua a análise explicando que o antissemitismo estava enraizado na sociedade. Nos séculos XI e XII, os judeus ainda eram vistos como aqueles que crucificaram Jesus Cristo, e muito do que se viu na Segunda Guerra, no século XX, está relacionado com os pensamentos que se mantiveram durante séculos. Levanta-se então a questão do preconceito atualmente. Ele estaria baseado unicamente em questões econômicas ou teria ele se espalhado para toda a sociedade? O professor Paulo Arantes explica, embora diga que não tem uma base em pesquisas para este pensamento, que a dualidade vista na Guerra, a questão de democracia e tolerância contra intolerância e nazismo, não era verdadeira, mas estabeleceu-se uma visão de que Hitler era o inimigo da humanidade como um todo, e que a guerra era uma questão de sobrevivência da civilização. Esta visão dualista se mantém até hoje se estendendo também para os conflitos entre a direita e a esquerda, criando-se uma série de preconceitos. Antes, Hitler era visto como o inimigo comum, mas agora não temos mais um inimigo específico, o inimigo se torna qualquer um que pensa de forma diferente, e a intolerância se espalhou de todos para todos. Vale lembrar, também, que Hitler foi eleto de maneira democrática pelo povo alemão. O ódio se estabelece entre iguais na base da pirâmide social.
     A discussão prossegue com a menção do escritor português Mia Couto, e sua visão sobre o medo. O professor Fernandes comenta que o medo surge, especialmente nos séculos XII e XIII como instrumentos de poder. O medo é valiosos, ele estabelece os limites do que é pensável. Nesses séculos, o medo não era morrer, o medo era ir para o inferno, e todo um sistema se constituiu em torno disso. Dando continuidade aos temas levantados, o professor Paulo, baseando-se no filósofo Hobbes diz que o próprio Estado surge por causa do medo, e a legitimação de seu poder se baseia no oferecimento de proteção. Teme-se desde o assaltanto no semáforo até a falta da água. Assim, a oferta de segurança é essencial na delegação de poderes plenos aos governantes.
     Por fim, para terminar a primeira mesa redonda do Simpósio, Fernandes respondeu a uma pergunta sobre a imagem que se faz da Alemanha nazista como símbolo do preconceito, dizendo que essa ideia se estabeleceu por causa dos vencedores da guerra, já que mesmo nos Estados Unidos existiam grupos que simpatizavam com o fascismo. A mesa mostrou, portanto, que o preconceito e a intolerância não são exclusividades do nazismo, mas estiveram sempre presentes na sociedade.

A Importância da Criptografia na 2ª Guerra Mundial e nos dias atuais

Com o Engenheiro de computação e mestre Daniel Lamosa



O que é a criptografia, para que serve, como surgiu e  qual a sua importância na 2ª guerra mundial, foram perguntas respondidas por Daniel nessa tarde, a partir de uma apresentação de slides. Ele a definiu a partir das palavras gregas kryptós (escondido) e gráphein (escrita), ou seja, é uma escrita escondida, serve para ocultar informações. Assim, definiu a criptografia como a técnica para esconder informações e a criptoanálise como a técnica para descobri-las.


Antes de relacioná-las com a guerra, voltou para explicar sua origem. Surgiu no ano 200 a.C. com o Ditador Julio Cesar, código que ficou conhecido como “A Cifra de Cesar”. Como exemplo de um dos códigos mais simples e antigos, citou o Quadrado de Políbio.

 Quadrado de Políbio

 Neste código, as letras são substituídas por pares de números. Por exemplo: a letra “S” era substituída pelo número 43, pois ela se encontra na linha 4 e coluna 3.

Depois, explicou um pouco da história da criptografia moderna, que começou no final da 1ª Guerra e, naquela época, não haviam computadores ou máquinas. A criptoanálise era “humana”.
Em 1918, foi criada a primeira maquina de criptografia, chamada de Enigma e que interessou muito aos alemães. Estes a aperfeiçoaram e transformaram-na numa ferramenta padrão para seu exército.

 Máquina Enigma

A Polônia, então, criou uma agência de inteligência e contratou 3 dos melhores matemáticos para estudarem a maquina. Com ajuda dos franceses e dos britânicos obtiveram um grande avanço ao criarem uma replica da maquina. Em 1939 mandaram sua nova maquina para Londres. Um caso de sorte, pois duas semanas depois a Polônia foi invadida pela Alemanha.
Os poloneses ja tinham a maquina, mas ainda era muito difícil decifrar todos os códigos, pois eram mais de 10.000.000.000.000.000.000.000 possibilidades diferentes. Surgiu então, Alan Turing, um dos maiores matemáticos da época e assim eles criam um novo equipamento, a Colossus, uma maquina movida a corrente elétrica e muito mais rápida.

Computador Colossus

Com esses avanços, eles obtiveram muitas informações secretas e desenvolveram assim estratégias mais bem apuradas e conseguiram com isso vencer varias batalhas. Por isso a criptografia foi uma ferramenta essencial na 2ª Guerra Mundial.


Após essa explicação, comentou sobre o uso da criptografia nos dias atuais. Segundo ele, ela está presente em quase tudo, em quase todos os lugares (na sua casa, nas escolas, nos bancos e até no seu bolso). Senhas de emails, redes sociais, caixas eletrônicos, chips celulares, cartões de bancos, computadores, em tudo se usa a criptografia. Outro exemplo dado, foi a Deep Web, uma parte da internet onde há muitas informações e onde tudo é criptografado.


terça-feira, 13 de outubro de 2015

Chamada Simpósio 2015

   E mesmo faltando apenas 2 dias para nosso 2º Simpósio Saad, várias gravações foram realizadas. Professores, funcionários de escolas e outros profissionais que, além de citarem a importância dos assuntos que serão abordados, convidam vocês a participar do evento.


sábado, 10 de outubro de 2015

III TV Simpósio

Entrevista com um italiano ex-combatente da Segunda Guerra Mundial. Você está convocado para assistir! 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A SEGUNDA TV SIMPÓSIO...

Foi às ruas buscar mais opiniões e saber o que o povo de Taubaté conhece acerca da Segunda Guerra Mundial. Conhecemos histórias de quem vivenciou, estudou profundamente e continua observando os impactos deste conflito. Ficou curioso? Assista!
Participação de Orlando, Luís Moreira, Carlos Alberto Rodrigues e Tatiana Grandchamp